quinta-feira, abril 06, 2006

Querer e poder

Inspirada na leitura do post da minha amiga Elza, resolvi escrever este post que estava na gaveta.

Quando me descobri grávida fiquei em real estado de graça. Não sei exatamente porque, mas me sentia super bem, todos ao meu redor estavam super felizes, o universo conspirava a meu favor. A gravidez foi super tranquila, não tive nenhuma complicação, nadica! Uma maravilha!

Este estado, no qual creio que a maioria das grávidas fica, nos faz sentir que podemos tudo e que tudo sairá exatamente como sonhamos e imaginamos. Por conta disso, eu me imaginava tendo um lindo parto normal, amamentando até, no mínimo, os 6 meses, voltando a minha forma ao longo deste encantador período de amamentação e por aí a fora.

Well... mas a realidade uma hora ou outra se apresenta. Então sim, eu realmente queria muito parto normal. Mas eu sou baixinha, pequenina, e a Luíza era um super bebê, então quase fechando as 40 semanas sem nem 1cm de dilatação, minha médica me convenceu de que o melhor para todos era fazer uma cesária. Foi lindo e emocionante, mas não vou negar que me senti um pouco frustrada em ter que fica ali deitada, quase imóvel, podendo só dar um beijinho na minha lindinha quando ela veio ao mundo.

Luíza nasceu super grandona, com uma fome de leão, e meu leite não vinha na mesma proporção. Então, desde os primeiros dias ela tomava o tal do complemento, no copinho, pelas mãos da minha mãe. Morria de ciúmes do tal copinho, que tomava o meu lugar. A luta para amamentá-la foi grande, mas fomos apenas até o segundo mês e meio com amamentação não exclusiva. Apesar de saber o quanto tinha me esforçado e sofrido, algumas vezes sentia na expressão das pessoas um certo ar de reprovação quando dizia qual tinha sido o tempo de amamentação da Luíza. Por causa disso, nunca pergunto para uma mãe quanto tempo ela amamentou e não acredito quando muitos dizem que "toda a mulher pode amamentar, basta querer". Assim como várias outras coisas, isso também depende do organismo de cada um.

Mas apesar de não ter nascido por parto normal e não ter sido amamentada pelos recomendados 6 meses, Luíza é uma criança extremamente saudável. Nunca teve uma doencinha, nada, nada. Saudável, se desenvolve super bem, porque é cuidade com carinho e, acima de tudo, é muito amada.

Acredito que parto normal é melhor para o bebê e acho que amamentar também, mas nem sempre é possível.

Na vida queremos muitas coisas e a maternidade, entre muitas outras coisas, nos ensina que nem sempre podemos tudo.

3 comentários:

Anônimo disse...

OI SILVIA VIM CONHECER SEU BLOG ,JA QUE VC FALOU LA NA ELZA DO POST DO ASSUNTO ,DEPOIS VC LE .LA A MINHA OPINIAO ,OUTRO TEMA A AMAMENTACAO ,EU TBEM NAO CONSEGUI AMAMENTAR ,MAS SINTO AS MAE QUE ENCHEM A BOCCA E FALAM ..EU ME ORGULHO DE TER AMAMENTADO ATE AGORA ,EU SINTO QUE EU TENTEI SE NAO DEU NAO DEU ,AMAMENTEI COM MAMADEIRA E MUITAS LATAS DE LEITE ,ALIAS ATE HOJE A MINH AMAMA BASTANTE ,ME REALIZO QUANDO ELA TOMA O DEDE DELA TODO,RS....AMEI SEU BLOGUINHO E SEI POST ,BEIJOS

Anônimo disse...

Realmente, Silvia, nem sempre as coisas são como a gente sonha ou planeja. Eu nunca desdenho da experiência de ninguém, cada ser é único, com uma experiência única. O que é bom pra um pode não ser pra outro. E a gente não tem que comparar a nossa vida com a de ninguém. Só a gente sabe o que passa, os limites, as conquistas. Parabéns, viu!

Anônimo disse...

Oi Sílvia,

concordo, nem sempre querer é poder, principalmente quando se trata de coisas tão instintivas como parir e amamentar. A princípio toda mulher saudável seria capaz de parir naturalmente e amamentar, mas acho que a “vida moderna” atrofia muito do nosso lado “animal” e coisas tão naturais na vida de qualquer “mamífera” são para nós mulheres, na maioria das vezes, uma odisséia, cheia de complicações e ocorrências inesperadas, antes, durante e depois do parto.

Eu também queria um parto normal, queria que a Isabela nascesse na água. Cheguei a entrar na banheira, uma grande e bela banheira amarela, cheia de água morna levemente perfumada de óleo de rosa mosqueta... pra meu gosto, perfeita! Mas, digamos que naquele dia o universo não conspirou a nosso favor. O que foi pra mim, uma enooooooorme decepção.

Amamentar eu consegui, mas os primeiros seis meses foram de grandes dificuldades. Três mastites, dois tratamentos pra fungo e dois tratamentos para neurodermite. A base de todos os tratamentos era compressa, das mais diferentes coisas. E cada tratamento durava em média duas semanas. Eu não fazia mais nada da vida a não ser amamentar e fazer compressas no peito. Estive, por várias vezes, a ponto de desisitir, só não fiz isso porque eu tinha leite e isso me encorajou a continuar na luta, que por fim venci, amamento até hoje.

Acho sim que o amor é a redenção de todos os males, dos menores aos maiores. Não é o parto e a amamentação que vai definir a vida dos nossos filhos, isso é só o começo. Tudo que é feito com e por amor é bom, é digno, é sagrado, é o melhor.

Fica a experiência, que vai nos ajudar para “aprimorar a próxima vez” e a certeza de que fizemos o nosso melhor. E acho que não foi pouco não, basta olhar pra elas pra saber.

Um abraço bem apertado e até a volta! Tô doida pra ver nossas gatinhas brincando juntas!

Com saudades,

prima Rô