Nas últimas duas semanas o passado começou a bater na minha porta e esta semana entrou :-(
Explico... trabalho com consultoria em desenvolvimento de software, resumindo e simplificando, somos fornecedores. Então estamos sempre correndo atrás de prazos malucos, custos apertados e altas expectativas de qualidade. Resultado? Muita, mas muita correria. Muito, mas muito trabalho.
Este era meu ritmo antes da Luíza nascer. Depois, prometi que não voltaria para esta vida. Estava indo tudo bem, até ser alocada em um projeto daqueles, arriscado até a última linha de código ser escrita. Resultado? Cá estou eu, nesta vida novamente... Você tem hora para entrar, mas depois disso, cade hora para almoçar, ir embora, resolver um probleminha pessoal.
Esta semana, de 4 longos dias úteis, cheguei em casa muito depois do horário normal duas vezes.
Fico mal com isso, me sinto oprimida pelo compromisso da competência, do erro zero, da falta de flexibilidade. Chego ao fim do dia com sentimento de culpa, por ter dedicado muito mais horas para resolver problemas que não são meus, do que com a minha filha e o meu marido. Vou contar... é difícil aceitar que a babá convive mais com teus filhos que você, contando que toda a falta será compensada pelos laços afetivos. A minha razão questiona muito isso.
Então hoje, voltando para casa, fiquei imaginando como seria uma rotina dos sonhos. Seria poder vir almoçar em casa curtindo a família, voltar do trabalho no horário, ter um turno útil da semana para fazer coisas que não é possível fazer no sábado ou domingo, ter tempo para fazer ginástica, para ler um bom livro e não fazer pilha com eles. Enfim, trabalhar, mas viver também.
Cá entre nós, isso não deveria ser sonho, deveria? NÃO!!! Isso é saudável para qualquer ser humano. Foi assim um dia, não foi? Gostaria de saber quem foi o maluco que decidiu que a vida moderna seria assim?
sexta-feira, maio 05, 2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Silvia, eu tb me questiono muito sobre isso. Tem horas que a vontade que eu tenho é jogar tudo pro alto e ficar em casa com a minha filha, mais nada. Mas aí, a gente pensa: se eu parar de trabalhar, não vou poder comprar isso, aquilo, pra ela. E aí, volta tudo de novo. Felizmente minha rotina de trabalho é um pouco mais tranquila, mas tb fico muito tempo longe de casa. É o dilema da mãe que trabalha fora, a eterna culpa.
Ah, vc recebeu meu email sobre o template?
Postar um comentário